O Prof. Fábio Faria do campus Campo Grande do IFMS e membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiro e Indígenas de MS, é o responsável por nos presentear na abertura dos 10 anos, com uma belíssima apresentação cultural, em que traz um pouco de nossas raízes, de nossa cultura, com a participação de suas duas convidas: Eva e Vitória.
Cerimônia oficial de abertura da X Semana da Consciência Negra do IFMS.
Na palestra de abertura, teremos a honra de receber a palestrante profa.Me.Letíca Carolina da Universidade Federal do Piauí. A profa.Letícia é uma referência nacional e vem abrilhantar nossa abertura com sua fala potente que certamente nos obrigará a pensar as questôes de raça, generos, sexualidades, e os privilégios que se constroem neste campo.
Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim.
Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas. Inspirado pela tradição dessa arte histórica, a artesã o oficina de Abayomi, com o objetivo de evidenciar a memória e identidade popular do povo brasileiro, valorizando a diversidade cultural que reina na terra brasilis. A iniciativa produz versões próprias das Abayomi tanto para ensinar o processo de criação quanto para discutir a importância histórica e social entorno das bonecas.
A mesa redonda parte de uma pergunta: Quais os impactos de 10 anos de trabalho com a semana da consciência negra em Três Lagoas no IFMS? Para responder a questão, a mesa será composta pelo mestrando da UEMS Edinaldo da Silva Nascimento que tem como objeto de seus estudos acadêmicos a semana da consciência negra de Três Lagoas. Junto a ele, vem os coordenadores do projeto, Prof.Me.Gilmar Ribeiro Pereira e Prof.Dr.Guilherme Tommaselli, para refletir sobre a trajetória vivenciada.
A literatura negra e periférica tem sido, historicamente, lugar de expressão de escritores negros e negras, afirmando sua ancestralidade africana, sua negritude, seu direito à vida. Em “parem de nos matar”, denuncia a política de morte imposta à população negra desde a abolição da escravidão, gerando dados estatísticos cada dia mais alarmantes, de vidas negras interditadas por ação genocida e epstemicida do Estado brasileiro. Considerando que “duro não é o cabelo”, reivindica superação do racismo, políticas públicas de reparação e preservação ontológica negra. Assim, em luta cultural produz e expressa em arte da palavra um “andar negro num mundo negrófobo” em literatura viva.
É possível encontrar uma grande resistência em se aprender novas culturas, visto do ângulo europeizado, hoje em dia é necessário uma grande luta para ser abordado sobre esse assunto principalmente dentro de sala de aula em matérias que estão fixas no currículo escolar, desta forma a lei 10.639/03 permite o ensino da cultura afro-brasileira e africana em ambientes escolares.
Nesta oficina abordando a Etnomatemática que tem conceito de que todos as culturas produzem saber matemático. A oficina tem como proposta o jogo Mancala , desde a confecção do tabuleiro, até o jogo visando aaprendizagem da culturaafro-brasileira e africana através da etnomatemática abordando a mesma por meio dagamificação, valorizando a história, a cultura afro-brasileira e africana, além de desenvolver
habilidades matemáticas e lógicas.
A mesa traz duas mulheres índigenas que trazem uma importante reflexão sobre as questões etnicas, culturais, sociais e políticas.
A mesa tem o intuito de debater a importância da produção literária com o objetivo de promover uma educação antirracista na infância. O foco do debate é pensar possibilidades e realizar reflexões sobre como tem se comportado, no Brasil, o campo de produção e distribuição da literatura infantil antirracista. Além disso, a mesa visa debater, como esta possível produção antirracista seria uma importante ferramenta para educadores do ensino infantil, dispostos as romper com o eurocentrismo do currículo.
A mesa traz duas lideranças indígenas em um exercício de grande reflexão sobre cultura, política, sociedade, respeito, ambiente, ecologia, diversidade. Uma expressão de sensíbilidade e de profundidade. Um olhar epistemológico do indígena, das mulheres indígenas. A mesa compõe a semana como programação do terceiro encontro dos NEABI do IFMS que acontece de forma integrada a consciência negra.
A mesa tem a proposta de debater as cotas e ações afirmativas, demonstrando que a educação antirracista vai além do conteúdo e do currículo, mas se faz também, nas práticas de inserção da população negra nos espaços educacionais, especialmente, os de ensino superior.
O oficina tem como intenção debater como se expressa na literatura brasileira a religiosidade de origem afro, e como esta tem relação com a escrita das mulheres negras.
Devido a pandemia de COVID-19, este ano não poderemos servir a tradicional feijoada à comunidade do IFMS. Pensando em manter a tradição, organizamos este momento, em que o prof.Gilmar, o chefe da cozinha, vai nos ensinar a fazer a feijoada que apreciamos a três anos, e ainda, vai nos contar um pouco sobre a relação da feijoada com o povo negro.
Visibilizar a beleza, a cultura e a ancestralidade negra existentes no Mato Grosso do Sul, historicamente apagados e fora dos padrões estéticos eurocêntricos é a proposta do Projeto Negritude em Debate, que este ano realiza a Mostra Fotográfica “Beleza Negra Resiste”.
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